Transporte Rodoviário do Brasil
Vivemos em um país onde 58% do transporte é feito por rodoviais e 75% das mercadorias são escoadas através desse modal. O país tornou-se assim o campeão mundial na concentração rodoviária do transporte de cargas e passageiros. Dessa forma podemos entender melhor como a paralisação de caminhoneiros causol rapidamente um colapso na cadeia de distribuição de alimentos, remedios, combustíveis e outros artigos essenviais. No entanto, diante da situação de calamidade abre-se uma oportunidade para se refletir sobre o caminho que tomamos em relação ao transporte, os erros cometidos no passado e como podemos corrigir o futuro.
A compreensão da crise em que vivemos passa por uma análise histórico-geográfica das opções feitas no passado, na maioria das vezes opções estas tomadas por uma elite política e econômica que mais se interessava por seus próprios interesses, deixando de lado o que seria de fato melhor para a sociedade brasileira. Pagamos assim o preço de décadas de corrupção, mesquinharia, imcompetência e letargia.
Importância e Problemas da Rede de Transportes
É através da rede de transportes, juntamente com a de comunicações, que o Brasil interliga-se com suas diferentes partes, assim como se comunica com o mundo. Em um país de dimensões continentais, de grandes diferenças geográficas regionais, o investimento em uma eficiente rede de transportes se torna ainda mais importante. Veja as imagens abaixo:
Locomotivas e vagões caindo aos pedaços
Trecho da rodovia Transamazônica
Podemos afirmar que o sistema de transporte brasileiro é um dos mais importantes limitadores do nosso crescimento econômico e desenvolvimento social. Dentre os principais problemas da nossa rede de transportes podemos destacar:
1. Uma rede ferroviária, com raras excessões, antiga e sucateada.
2. Necessidade de aparelhamento dos portos fluviais e marítimos, dos aeroportos e da infraestrutura de armazenagem de produtos para exportação.
3. As péssimas condições das nossas estradas, esburacadas e mal sinalizadas, o que aumenta o custo com a manutenção dos veículos e contriui para que o país seja campeão mundial em acidentes de trânsito.
4. A situação pouco satisfatória dos transportes urbanos, que estão longe de uma solução para seus problemas.
Um Pouco de HIstória
Durante o período colonial viajar pelo Brasilera uma aventura para oucos. O que tínhamos era uma precária rede de trilhas que interligavam áreas de produção do interior com os portos no litoral, onde os produtos eram exportados. A primeira estrada de rodagem do Brasil foi a União e Indústria, que ligava Petrópolis (RJ) a Juiz de Fora (MG), construída em 1861. Foi apenas em 1928, no governo do então presidente Washingto Luís, que foi inaugurada a primeira rodovia pavimentada, ligando o litoral da cidade do Rio de Janeiro à Petrópolis.
Foi só a partir da Era Vargas, iniciada em 1930, que o Brasil começa um processo de industrialização e modernização acelerada. Para isso se fez necessário o investimento em infraestrutura energética, de comunicações e de transportes. Foi na presidência de Juscelino Kubitschek (1956-1960), com seu ambicioso Plano de Metas, que optamos de vez pelo transporte rodoviário em detrimento de outros modais. Procurava assim agradar as grandes montadoras de veiculos, atraíndo-as para o país. O problema é que o transporte rodoviário possui um custo maior de operação se comparado ao transporte ferroviário, principalmente quando precisamos conduzir grande tonelagem de mercadorias por distâncias gigantescas como as do Brasil.
Após JK, todos os outros governos, incluindo os militares e os presidentes eleitos, continuaram privilegiando o transporte rodoviário e a nossa rede ferroviária praticamente definhou, restando poucas linhas que funcionam de forma eficiente. A grande maioria das ferrovias se degradaram com o tempo e acabaram sendo abandonadas.
Estrada de Ferro dos Carajás: uma das únicas ferrovias
eficientes do nosso país
Organização da Malha Rodoviária Brasileira
As rodoviais brasileiras são classificadas na atualidade conforme a jurisdição a que estão submetidas. Podem ser: federais, estaduais ou municipais.
As rodovias federais recebem uma nomenclatura própria que é definida pela sigla BR seguida de três algarismo. São elas
1. Rodovias radiais - partem da capital federal em direção aos extremos do país. Seguem a nomenclatura BR-0XX. Exemplo: BR-040
2. Rodovias longitudinais - são as rodovias que cortam o país de norte a sul. Seguem a nomenclatura BR-1XX. Ex: BR-101
3. Rodovias transversais - São as rodovias que cortam o país na direção leste-oeste. Seguem a nomenclatura BR-2XX. Ex: BR-232
4. Rodovias diagonais - Estas rodovias podem apresentar dois modos de orientação: noroeste-sudeste ou nordeste-sudoeste. Seguem a nomenclatura BR-3XX. Ex: BR-381
