Transgênicos
Organismos Geneticamente Modificados (OGM)
Você sabe o que são organismos geneticamente modificados (OGM), ou como são mais conhecidos, os transgênicos? Sabe a polêmica que os cerca? Possui uma opinião sobre o assunto? Vamos tentar entender melhor esse tema.
Animais ou plantas geneticamente modificados talvez sejam o maior avanço tecnológico já realizado pelo homem na área de produção de alimentos. São, na verdade, serres vivos que sofreram em laboratório alterações intencionais do seu código genético, com a inserção de um outro gene. Assim, busca-se que esse novo ser vivo adquira determinadas características desejadas tais como: maior resistência aos agrotóxicos, pragas e secas; amadurecimento mais lento; maior volume nutricional; etc.
Se o uso de modificações genéticas se tornou algo comum na agricultura, na criação de animais para alimentação ainda continua sendo um tabu. O primeiro caso de animal liberado pra consumo humano se deu nos Estados Unidos, quando a FDA, agência reguladora de alimentos e remédios dos Estados Unidos, concluiu que o consumo do Salmão do Atlântico, geneticamente modificado pela empresa AquaBounty, é seguro para a saúde humana. O salmão do Atlântico recebeu genes de uma outra espécie de salmão do Pacífico, e outro de uma enguia, com o objetivo de acelerar seu crescimento. Assim, o animal transgênico chega ao seu maior tamanho aos 18 meses, metade do tempo de uma espécie selvagem.
Os dois peixes acima possuem exatamente a mesma idade (18 meses)
O maior é o animal geneticamente modificado
Os defensores dos transgênicos dizem ser esse o único meio de alimentar uma população mundial que á superou a casa dos sete bilhões. Para eles, o fato dos OGMs aumentarem a produção e precisarem de menos água evita que novas áreas sejam desmatadas, além de economizar recursos hídricos.
Já os críticos alegam não se conhecer muito bem os efeitos dos transgênicos no organismo humano e no meio ambiente. Além disso, acusam as grandes multinacionais que dominam essa tecnologia (a maioria sediada nos países ricos), de venderem para os agricultores o pacote de sementes e insumos, tornando-os dependentes dessas empresas. Para piorar, dizem os críticos, os pequenos agricultores que não conseguem comprar essas sementes acabam sendo engolidos pela grande lavoura, pois não conseguem acompanhar a concorrência.
No Brasil, os primeiros plantios de OGMs datam de 1998, quando ainda não havia nenhuma legislação sobre o assunto. Começou então uma briga judicial entre os produtores rurais que usavam ou queriam usar esses novos produtos e os seus críticos, dentre eles ambientalistas e movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Em 2005, após muito debate, foi aprovada a Lei de Biossegurança, que regulamentou o cultivo e a comercialização dos transgênico no Brasil. Após isso, as áreas de cultivo de OGM só aumentaram no país, e ao mesmo tempo, os protestos contra o seu consumo vem gradualmente diminuindo. Hoje, 90% da safra de grãos do Brasil é de OGM, fazendo do país o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos.
Alimentos industrializados feitos com ingredientes transgênicos. No Brasil, por lei, deve-se identificar esse tipo de alimento por um T dentro de um triângulo amarelo.