História da Geografia

 

Desde a Pré-história que se orientar e se localizar são necessidades básicas do ser humano. Para esse homem, era uma questão de vida ou morte encontrar abrigo ou fontes de comida. Foi a partir da constituição das primeiras civilizações que alguns indivíduos puderam se dedicar ao estudo e ao conhecimento. Esses primeiros estudiosos faziam parte de uma pequena elite geralmente ligada á nobreza ou à classe sacerdotal. Agora, o conhecimento praticado por esses sábios, na verdade era fortemente carregado de conotação religiosa e mítica. Não podemos esquecer à evolução do conhecimento geográfico que herdamos dos povos passados.

 

 

Os primeiros a procurarem explicações racionais para os fenômenos observados foram os gregos. Por isso, vamos começar com a contribuição dada por esse povo à geografia.


Gregos


A Grécia antiga revelou centenas de estudiosos que se dedicaram ao estudo de uma infinidade de áreas do saber. Dentre algumas contribuições dos gregos podemos destacar:


  • Conhecimento do sentido e velocidade dos ventos, dando grande contribuição à navegação;

  • Conhecimento do regime de chuvas e consequentemente do regime dos rios;

  • Descobrimento de novas espécies vegetais;

  • Conhecimento da esfericidade da Terra e até o cálculo aproximado do seu diâmetro.


Seria impossível, nesse curto espaço, falar de todos os sábios gregos que contribuíram para o conhecimento do nosso planeta. Assim, escolhemos algumas figuras que servem como exemplo de como a antiga Grécia houve um significativo avanço na geografia.


Tales de Mileto (624-558 a.C) – Talvez você lembre, ao citarmos esse nome, do famoso Teorema de Tales que tanto lhe aperreou nas aulas de geometria. Nasceu na colônia grega de Mileto, região que hoje fica na Turquia. Apresentou algumas ideias que podemos considerar precursoras do evolucionismo de Charles Darwin. Para ele, a vida evoluiu através de processos naturais, a partir da água. Fugia assim das explicações mais comuns em sua época sobre a origem do mundo e da vida, que atribuía toda a criação à vontade dos deuses. Foi o primeiro a explicar, de forma coerente, o fenômeno do eclipse solar. Heródoto descreveu que Tale previu um eclipse que ocorreu em 28 de maio de 585 a.C. Vamos lembrar que naquela época esse tipo de coisa tinha sempre uma explicação mitológica, sendo um sinal dos deuses para o mundo. Não entrando em detalhes, para não fugir do nosso campo de interesse que é a geografia, não devemos esquecer que Tales demonstrou diversos teoremas que até hoje são ensinados nas aulas de matemática.

 

Heródoto (485-420 a.C) - Nasceu na cidade de Halicarnasso, em terras hoje da Turquia. Podemos dizer que até Heródoto, os relatos históricos eram pouco precisos, pouco confiáveis e misturados com elementos da mitologia. Ele foi o primeiro a buscar construir uma história baseada nos fatos, sem a interferência dos deuses. Boa parte do conhecimento que temos hoje sobre civilizações antigas devemos a ele, que descreveu com minúcias a religião, costumes, características étnicas e a organização militar e político-admistrativa dos povos antigos. Além disso, nas suas viagens, realizava importantes relatos da geografia dos lugares visitados.

É por isso denominado de o pai da história e da geografia.

 

Aristóteles (384-322 a.C) – É considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos. Seus estudos trataram de questões diversas como política, física, filosofia, astronomia, geografia e biologia.

Quando jovem, ele fez o que todo estudante sedento por ampliar seus conhecimentos sonhava em fazer: estudar em Atenas. Esta cidade era na sua época o maior centro do saber, reunindo os grandes pensadores e artistas do seu tempo.

A partir de 384 a.C e, por vários anos, Aristóteles é encarregado de educar o príncipe Alexandre, herdeiro do trono da Macedônia. O seu discípulo ficaria enternizado como Alexandre “O Grande”.

Em relação ao conhecimento geográfico do seu tempo, Aristóteles já afirmava a esfericidade da Terra. Para tirar essa conclusão ele utilizou-se apenas dos seus sentidos e de sua imensa capacidade de observação.

Dentre os argumentos que Aristóteles utilizou para defender a esfericidade da Terra, podemos destacar:

  • A sombra circular que a Terra projeta na Lua durante os eclipses lunares;

  • O fato da visão das estrelas ser diferente em diferentes latitudes;

  • A forma como os navios se aproximavam e se afastavam no horizonte.

 

Visão que temos ao vermos um navio se aproximando

ou se afastando da costa. Para Aristóteles, uma das evidências da esfericidade da Terra.

 

Eratóstenes (276-194 a.C) - Destacou-se nos seus estudos de história, geografia, matemática, astronomia, poesia e filosofia. Durante muitos anos administrou a famosa biblioteca de Alexandria, considerada a maior coleção de livros do seu tempo e um centro de propagação do conhecimento. Infelizmente, boa parte da sua obra se perdeu, ficando apenas alguns fragmentos de papiro. Outra forma de conhecer seu trabalho são as citações que outros estudiosos fizeram no seu tempo.

 

Dentre as realizações desse grande homem, para citar apenas algumas do campo específico da geografia, podemos destacar:

  • Traçou a rota do rio Nilo em um mapa e procurou explicar os seus regimes de cheias e vazantes pelas chuvas que ocorreriam em suas nascentes;

  • Elaborou os melhores mapas do mundo conhecido em seu tempo;

  • Catalogou 675 estrelas;

  • Calculou a medida da circunferência da Terra, chegando bem próximo do seu valor exato.

 

 

Estrabão (63 a.C - 24 d.C) - Escreveu uma monumental obra intitulada Geographia, um tratado de 17 volumes contendo uma descrição dos povos e dos territórios conhecidos do seu tempo. Muito do que sabemos sobre a Antiguidade e estudamos nas escolas e universidades de hoje devemos a ele.

Outra obra sua, chamada História, se perdeu no tempo, restando apenas um papiro que está conservado na Universidade de Milão.

 

Claudio Ptolomeu (83 - 161 d.C) - Cientista que viveu a maior parte da sua vida em Alexandria. É hoje reconhecido pelos seus estudos em astronomia, matemática, geografia e cartografia. Sua obra mais importante é Almagestos (significa “O Grande Tratado”). Contém todo o conhecimento de astronomia do mundo antigo e influenciou muitos estudiosos durante a Antiguidade e a Idade Média. Apesar de seus inúmeros acertos, um grand erro de Ptolomeu foi adotado como verdade inquestionável e universal durante séculos: a Teoria Geocêntrica.

O Geocentrismo é o modelo de Universo em que a Terra está localizada no centro de tudo e em torno dela giram todos os demais astros. Como veremos mais adiante, durante a Idade Média, esse modelo foi adotado como verdade absoluta pela Igreja Católica e era extremamente perigoso questioná-lo. Ptolomeu era considerado uma autoridade inconteste em matéria de conhecimento da Terra e do Universo.

 

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Modelo Geocêntrico de Ptolomeu

  

Romanos

 

     Podemos dizer que a contribuição dos romanos a geografia foi bastante limitada, baseando-se quase que inteiramente no conhecimento dos gregos. O mais importante da sua produção geográfica foram as descrições dos aspectos físicos e recursos naturais das terras do império. Na cartografia os mapas tinham um papel eminentemente prático, destacando os itinerários (percursos) a serem percorridos nas viagens, servindo principalmente nas campanhas militares. 

 

Idade Média

 

Durante a Idade Média europeia o conhecimento passou a ser controlador e fiscalizado pela Igreja Católica, que passou a ser a instituição mais poderosa do peŕiodo. Ir contra as doutrinas da Igreja era extremamente perigoso para qualquer pessoa, correndo o risco de perder a própria vida. Várias obras literárias da antiguidade greco-romana foram destruídas, por serem consideradas heréticas, contra a doutrina oficial cristã.

 

Nesse ambiente de opressão católica, o conhecimento sofreu uma estagnação e até um retrocesso. Para a Igreja, não cabia ao homem questionar e sim aceitar a vontade de Deus e buscar na bíblia todas as respostas necessárias. O modelo de uma terra plana e parada no centro do Universo (geocentrismo) passou a ser uma verdade absoluta e inquestionável. Veja um mapa mundi abaixo que era aceito como verdadeiro na época.

 

 

 Na Idade Média, a violência com que a Igreja tratava os considerados hereges era tal que, temendo sofrer tortura e até a morte, muitos estudiosos mantiveram suas investigações em segredo. Isso limitou a divulgação e o avanço do conhecimento. Por isso que muitos historiadores chamam a Idade Média de "Idade das Trevas".

 

Idade Moderna

 

Aos poucos a Igreja vai perdendo a sua influencência e poder, e consequentemente, o conhecimento científico como a florescer. Daí, o período que vai dos séculos XVI até XVIII é chamado de Revolução Científica. Contribuíram para que ela ocorrece:

 

- O Renascimento Cultural;

 

- A imprensa;

 

- A Reforma Protestante;

 

- As Grandes Navegações.

 

Citando apens alguns nomes desse período, e focando aqueles que mais contribuíram para geografia, podemos destacar:

 

- Nicolau Copérnico -